4/28/2005 

BEWARE: Monkey Invasion!

We are being attacked by monkeys!
They truly have a great intelligence, and what amazes me is their capacity to manipulate the poor human mind. Their objectivity and the conviction of their race is by far the most intelligent and apt to occupy this planet for generations to come, and that is undoubtedly wrong! We cannot allow this to happen! Their arrogant and individualist behaviours are outrageous! Each for it's own is not the way things work around here! Survival of the fittest was not invented to be torned to pieces by this silly apes!
The population is frightened by the idea of having monkeys dominating their towns. Just imagine a monkey serving you lunch or teaching your children how they should behave in society; it's not right! It's not right to have a monkey sitting next to you on the bus either, they smell and their behaviour is obnoxious.

It's visible the monkeys have higher physical capacities when compared with our specie, they can runaround for hours tormenting our trained single-vision or simply bite us in the head which might result in some deadly disease still undiscovered but I assume it's more painful than anything ever invented!
Yours truly is in panic to think we'll be going to school with monkeys, buy things from their stores, and perhaps even sleep and procreate with she-monkeys!
We thought we knew it all and now this plague broke loose! We cannot permit this to continue! They are a menace and they are growing!

To whoever reading this hole in my mind, please help me fight the monkeys around us. We should not let our beloved habits and traditions be wasted by a specie so primitive and with such a narrow mind as the monkeys. They have prejudice against us. They do not belong here, they want to annihilate the structures of our society and I'm pretty sure they wanna fuck our assholes on the way.
Be firm and look them with despise. Criticise their attitude and their conducts around us. Don't let them in!
Don't let them get near your children or your family, these ugly creatures have second intentions when they approach innocent human minds, bare that in mind and you shall be saved from god knows what!

Sincerely,
Darwin on Mushrooms.

4/26/2005 

Sonho Lúcido 24/04/05

Chegamos a casa semi-mortos depois de um dia de pinturas intensivas na casa; resultado muito positivo.
Acendi umas velas, meti o "Legend" no leitor de DVD, enchi a banheira e enfiei-me lá dentro para repousar os musculos que antecipava estarem doridos no dia seguinte. Depois do banho vimos um pouco o resto do filme e arrastamo-nos para a cama para dormir.

O misto de cansaço e repouso era tal que não conseguia caír em sono. Senti que passaram horas e que andei às voltas na cama e que cada posição em que me deitava sabia melhor que a anterior. Entendi o que me tinham dito de "estar demasiado bem para conseguir dormir", fez finalmente sentido.

Às tantas, adormeço... Mas não em sono profundo, havia a percepção de estar a dormir, na cama, à procura de descanso físico.

Levanto-me da cama para ir buscar qualquer coisa e uma conversa desenrola-se na qual tento explicar um ponto de vista do qual não me recordo; no meio da argumentação, digo "isso é como se fosse... o dinheiro. O dinheiro não existe!" e no momento em que estas palavras saem da minha boca desce em mim uma sensação de sucção brutal da mente até ao estômago, entranhas, pés, cama, corpo deitado, luz.... Tudo fez sentido subitamente! Estava a dormir e estava consciente. Sabia que estava levantado de frente para a cama em que estava deitado. O coração acelarou, a frase fez sentido num plano ainda não perceptível mas completamente retido como válido e certeiro. Tomei consciência das duas coisas ao mesmo tempo: do dinheiro e da validade de um raciocínio ainda não analisado, e de estar a sonhar no mesmo espaço temporal onde o meu corpo se encontrava. Foda-se, um sonho lúcido! Vou acordar e registar isto, vou acordar, vou acordar ... Estou deitado, deitado sobre o lado esquerdo, encorporo-me, sucção menos forte desta vez - sinto-me no escuro, de olhos fechados, custa-me abrir os olhos, como se ainda estivesse pegado ao outro lado... Esforço-me, abro os olhos, viro-me para o lado e conto-lhe o que se passou... A minha mente só queria dizer "o dinheiro não existe", mas a doença da minha comunicação formalizou-se na explicação do sonho completo até chegar à dita frase.

Relembrei como conseguia controlar estes momentos metafísicos, como eram importantes para mim, como o conhecimento dos meus sonhos e do meu inconsciente devia viver no mesmo plano do real.
O inconsciente quer ser livre, e pode ser livre. É válido, é solucionável, quer ser ouvido, quer ganhar forma. Tenho de arranjar maneira de me virar do avesso ou simplesmente servir de canal para o inconsciente falar.

Sou apenas um veículo da mente.

Em relação à dita frase "o dinheiro não existe":
Senti que o dinheiro físico, as notas, as moedas, a ligação humana e toda esta dependência não passava disso mesmo - de uma dependência desprovida de razão. Senti que o dinheiro era uma manipulação global, uma treta! Senti-me enganado! Senti-me estupidificado por ainda não ter PERCEPCIONADO isto antes. Parecia uma conspiração. Senti que não precisava de dinheiro para nada!
E foi isso, acordei sem conseguir concluir a ideia. Não consegui sequer pensá-la, foi apenas sentida. Como se tivesse sido tocado na superficie da pele e o simples toque transmitisse conhecimento directo para a mente, sem necessidade de experienciar empiricamente a coisa.
O dinheiro é um condicionamento falso. Uma pessoa é capaz de viver com X dinheiro ou com Y dinheiro. Acho que as pessoas sofrem sem ainda terem sofrido realmente, como se fosse uma presuposição de algo ainda por acontecer, quando tudo é possível e não existe apenas uma escolha/um caminho. As pessoas sofrem por não terem dinheiro ainda tendo dinheiro.
Sinto nojo dessa falsidade.
Ignoro as ditas necessidades actuais.

O meu bem-estar é o agora, e o agora é aquilo que eu quiser que seja.

4/22/2005 

Vanessa

A Vanessa era daquelas miúdas giraças que passa despercebida no meio da multidão mas que na foda é uma valente maluca. Se há uma coisa que a Vanessa gosta nesta vida é certamente de foder. Gosta de ser penetrada contra a parede e de preferência por um rapazola com genica, que lhe dê umas boas palmadas no rabo, uns puxões na anca ou mesmo umas mordidelas no pescoço.
O Ruben, namorado recente que conheceu num barzeco ali para os lados de Cascais, é um bom partido, ora vejam: tem uma verga à medida, um corpo de atleta, e fode absurdamente bem contra a parede, factor preferencial para a malandreca da Vanessa.

No outro dia sairam os dois para jantar e a Vanessa fez das dela: pediu ao desiquilibrado do Ruben para lhe fazer companhia na WC com a desculpa de que precisava que ele lhe arranja-se o feixo das calças de ganga, o rapaz meio convencido com a tanga foi atrás dela com um sorriso rasgado de entusiasmo, típico dos homens babados que quando ouvem falar em sexo de uma forma subliminar parecem cães com cio.
Na WC a boa da Vanessa despe as calças, atira-as para cima do lavatório e põe-se agitadamente a roçar contra o Ruben que se ria nervosamente sem saber muito bem como agir. Grande problema no fecho, hein? A Vanessa era mesmo assim: safada, inesperada, com a mania de dominar para não ser dominada.
Ao sairem da WC os papeis inverteram-se, vinha o Ruben bem corado e a Vanessa com um sorriso de orelha a orelha. A foda não tinha sido propriamente um espectáculo, mas valeu pelo momento quente e rápido e pelo misto de emoção inerente aos lugares públicos, aquele nervoso miudinho de criança que deixa o estômago apertado e ao mesmo tempo amplia a pica da circunstância.

Mas deixa-me contar-te mais sobre a Vanessa: o corpo redondinho passa perfeitamente despercebido nas roupas discretas, não devia ter mais que 1,70 mt, pernas bem trabalhadas, um rabinho delicioso, umas mamocas muito muito jeitosas e uma personalidade de desvairada total. A personalidade é de facto a mais valia desta miúda, não fosse ela das que escolhe os namorados logo por um bom apertão no peito ou no meio das pernas. Namorados como quem diz, porque o que ela queria era só mesmo foder, estudar um pouco a situação e partir para outra.

Isto até um certo dia, quando se cruzou comigo na Rua do Ouro estava eu mal-disposto com a merda do parquimetro (aliás, como acontece com qualque fulano que queira parar o carro na cidade).
Lembro-me perfeitamente, eu a tentar meter o caralho do citroen entre um pilar e uma parede e o estupor da miúda a ajeitar as botas do outro lado da rua com a maior das descontrações como se fosse domingo à tarde.
Saí do carro, todo em cólera e com vontade de me pôr dali andar, vem ela ter comigo com a seguinte conversa: "Olha lá, por acaso não queres ir beber um café comigo?" à qual respondi apressadamente: "Quero beber café sim, mas vens TU comigo e não EU contigo, pode ser?".
A miúda ficou surpresa e notou-se uma pausa de aceitação, como se tivesse dado de caras com um adversário à altura sem ser preciso apalpar-lhe os tomates. Isto porque para a Vanessa todos os gajos que lhe apareciam pela frente faziam parte de um jogo inexplicável entre prazer e irritação profunda, irritação essa proveninente de uma insatisfação não física mas psicológica, do forro da pica comunicacional, uma vontade de conseguir falar com os gajos como se estivesse a falar com a melhor amiga.
Mas como dizia: fomos até um cafézito bem merdoso na baixa e em poucos olhares e uma troca atabalhoada de palavras brutas e súbitas acabou por se entender que ambos queriamos apenas desesperadamente foder. Ainda bem que se entendeu rapidamente, porque tenho pouca paciência para flirts e conversetas de café.

E era isso que me agradava na Vanessa, a vontade desprovida de razão. A fome a seguir às refeições ou a alegria com que acordava como se cada dia fosse uma página branca ainda por escrever.
Acabamos os dois enfiados numa daquelas pensões reles que se vêem todos os dias a caminho do trabalho e onde pensamos nunca vir a pôr os pés por considerarmos demasiado porcas, no entanto existe uma aura de mistério naqueles lugares, e desta vez o porco a entrar sem grandes preconceitos fui eu.
Na realidade até curti! O quarto era atarracado e estranhamente limpo. Bastou entrar, fechar as cortinas, despir-lhe a camisola, arrancar-lhe a saia de forma meio-desajeitada e fodê-la contra a parede em pé, ali mesmo ao pé da janela que deixava entrar o mínimo de luz por entre as portadas.
A cama ficou intacta, ao contrário de nós que nos roçavamos que nem animais um contra o outro e do cú bem vincado da Vanessa pelas palmadas e apertões fortes que lhe dei naquela tarde.
Ela adorava sentir o caralho a entrar-lhe pelo meio das pernas e a roçar no rabinho, ficava doida e bem fofinha na cona. Como se o corpo respondesse ao prazer de imediato e a pele subitamente se torna-se fofa, quente e escorregadia; adorava que eu lhe puxasse os cabelos e que os movimentos fossem fortes, súbitos e com um ritmo assumidamente a meio-gás, para sentir a pulsão dos sexos a estremecerem um contra o outro. Tudo abanava, e eu só pensava em entranhas, vísceras, carne, saliva, esporra, e todo o tipo de pensamentos ultra-carnais que só desafiam à destruição.
A Vanessa gemia e masturbava-se enquanto a fodia, na realidade ambos nos fodiamos, ela não era do tipo de mulheres que se deixasse foder, ela gostava realmente de ser comida e de comer. E isso é bom, dá pica. O prazer dela fazia-me revirar os olhos e aquecer por dentro, ficar ainda mais duro por saber que estavamos ambos a gozar um momento realmente fenomenal.

Ao fim de 1 hora e picos fomos embora da pensão maravilha e nunca mais vi a Vanessa.

O melhor não foi nem a foda, nem a personalidade desta miúda, foi simplesmente o à vontade e liberdade que ela trouxe à minha vida.
Fez-me ver que é possível gostar de alguém sem necessariamente criar laços e compromissos. O prazer não precisa de ser cautelista e programado, não resulta se assim o for. A Vanessa ensinou-me que o prazer não tem preço, nem hora nem escolhe o local. As pessoas podem ser usadas e utilizadas se assim o permitirem, e não há nada de insensível neste tipo de intercâmbio.

 

Associações Geneológicas

FAMILIA:

> Mãe: Afectiva, Sonsa, Ultra-atenciosa, Porca, Fútil, Simples, Nervosa, Frágil
> Pai: Teimoso, Frágil, Bonito, Individualista, Nervoso, Água, Experiente, Carente, Contido

> Avô Materno: Terra/Horta, Esforço, Trabalho, Bem-estar, Compreensão, Posperidade, Simples
> Avó Materna (Não é de sangue): Frontal, Rigida, Partilha, Professora, Carente, Atenciosa

> Avô Paterno: Ideológico, Negação, Teimoso, Distante
> Avó Paterna: Nervosa, Cautelista, Irada, Educada, Sucedida, Morta

> Tio (Materno): Confiança, Divertido, Experiente, Extrovertido

> Tio (Paterno): Culto, Sacana, Distante
> Tio/Padrinho (Paterno): Perdido, Divertido

> Amigo: Sintonia, Compreensivo, Estructura, Distante, Confiança, Disperdíçio

> Companheira: Impaciente, Generosa, Activa, Sexual, Círculo, Terra, Fogo, Ajuda, Cumplicidade, Amizade, Partilha, Esperta, Fértil, Templo, Activa, Social, Extrovertida

> Eu: Distante (Avô Paterno, Tio Paterno), Carente (Avó Materna, Pai), Atencioso (Mãe, Avó Materna), Observador, Esquizofrenico, Contido (Pai), Complexo, Terra (Avô Materno, Companheira), Nervoso (Pai, Avó Materna, Avó Paterna), Sexual (Companheira), Insasiável, Frágil (Mãe, Pai), Educado (Avó Paterna).

ORDEM DE IMPORTÂNCIA:

- Eu
- Companheira
- Pai
- Mãe
- Avó Materna
- Tio Materno
- Avô Materno
- Avó Paterna
- Avô Paterno
- Amigo
- Tio Paterno
- Tio/Padrinho Paterno

4/21/2005 

Against Leads to Nothing

A clown once told me to smile
I punched his nose hard and furious
Who the fuck is he to give me any advices?

A whore once told me to go home
I kicked her in the face with disgust
What does this crazy bitch know about family?

A teacher once told me I was silly
I grabbed my pencil and pealed his skin off while laughing
Who's the smart-ass now, punk?

A boss once asked me to be something I am not
I told him to look in the mirror and turned my back
How should I represent something that does not accept me?

In the end of the day I had learned nothing.

The clown was right, smiling is healing and rather benefic
The whore knows more about family than I'll ever know
The teacher was only trying to warn me against seriousness
The boss was indeed preparing me for adulthood.

CONCLUSION: Marching against something without a porpuse leads to nothing.

 

Simples(mente)

As coisas mais belas do universo são absurdamente simples e de caras.

Hoje dei por mim deitado no relvado da Gulbenkian a olhar para uma árvore e a apaixonar-me pelo universo, como se fosse uma criança em delírio visual pela novidade e frescura das coisas que a rodeiam.
Regressar a um estado infantil, de pura inocência e desconhecimento do mundo deve ser um deleite. Ter interesse pelas pessoas sem qualquer tipo de condicionalismo moral, olhar para os objectos sem associar à sua função, deixar ser contagiado pela emoção nua das cores sem existir uma associação de temperatura. . .

Enfim, acho que tive este momento de prazer por ter piscado o olho a uma criança logo pelas 8 da manhã.
Pisquei o olho a outra pessoa à alguns meses atrás e sinto que tenho vindo a aprender bastante com o acto de coragem dela. A força dos outros inspira-nos para actos igualmente heróicos; assim como a naturalidade de uns é a surpresa de outros.

I still remember your wide-open pupil wishing to drag me into sweet ecstasy. I'm glad I've accepted!
Moreso, I'm glad for the choices I've made and drove me here, to this exact moment writing these very own words.

Nothing belongs to nobody.

Fico feliz por ter deixado de desejar.

 

Egoísmo

Quando se ama realmente uma pessoa deixamos de ser egoístas.

O egoísmo é pensarmos no que determinada acção nos faz sentir e querermos impor um condicionamento automático ao que por si só é naturalmente perfeito.

Sentir pena pelas outros, por exemplo, é na realidade querer que sintam pena de nós se estivessemos perante situação idêntica. É essa a razão porque as pessoas choram nos casamentos e funerais, porque a emoção que elas sentem - para além de já ser automatizada e derivar de uma tradição sócio-religiosa absurda - seria o sentimento de retorno que gostariam de ter dos outros. E porquê?
Porque existe uma carência de afecto geral. O toque humano é cada vez mais algo perigoso e território desconhecido. Tocar alguém na pele é como invadir ou violar a santidade de um ser. Como se estivessemos a passar alguma doença mortal ou herpes genitais numa simples carência na face.

Por sua vez a indústria do sexo cresce a ritmo vertiginoso, e com um fundamento bem enraízado, pois numa sociedade em que o toque é reprimido os extremos fortalecem e apesar do sexo ser um acto saudável e natural, vira por completo num culto do silicone e do bizarro. Em que tudo o que está em falta vira um show de malabaristas avantajados e anoréticas moldadas segundo padrões completamente fora do que seria considerado normal.

É importanto porém salientar a diferença entre individualismo e egoísmo. Existe uma enorme confusão de termos e isso leva a interpretações não concensuais.
Individualismo - de uma forma bruta - é nada mais que pensar e agir de acordo com impulsos e estructuras mentais específicas ao individuo, isto é: particulares, únicas, de essência. Mas não esquecer: o indíviduo é uma construção; não é algo inato. O individuo é mutável e cultiva-se, para mais tarde se alterar e quiça aniquiliar. "Deus está morto" é a radicalização desta compreensão vinda da boca do homem que analisou o Eu-pessoa até ás entranhas.
Egoísmo aparenta ter muitas formas, ora assumidamente tacanha e unidireccional, onde apenas existe aquilo que a pessoa lhe interessa ou que enxerga (ou não), ora um egoísmo ligado à libido e vontade, um tal de que Crowley falava e com o qual não me oponho por acreditar que na realidade está primeiro o indivíduo a qualquer outra coisa.

Tenho discutido isto e tentado fazer com que seja ponto acente na cabeça das pessoas que me rodeiam, pois é fundamental entender que não pode existir anulação de nós para fazer prevalecer a vontade de outros. Primeiro está a nossa vontade, o que nos faz sentir bem e traz felicidade momentária, depois está a vontade dos que amamos ou de amigos.
Se existe uma castração ou incompreensão de terceiros perante a busca por aquilo que nos faz sentir bem é porque realmente existe egoísmo presente. Quando alguém ama verdadeiramente compreende e aceita a vontade do outro mesmo que esta seja contrária à sua, isso é gostar de verdade, sem esperar retorno e sem exigir que exista equivalência de sentimentos. Não se pode pedir algo que não existe, muito menos algum sentimento que é produzido por nós e que esperamos existir dos outros.

Somos todos diferentes e a beleza reside precisamente no complemento e aceitação das nossas falhas e não na procura pela igualdade quanto esta é utópica e uma constante luta contra algo inalterável ou que apenas gera ruptura.

4/20/2005 

Não quero o que não tenho

Os paradoxos da vida são no mínimo irónicos, senão mesmo absurdos.

Sou um gajo com dificuldades em ser objectivo em termos de fazer passar cá para fora o que sinto ou penso. Vejam só o rídiculo do que acabei de escrever e a forma extremamente formal como o fiz ! ! Oh my...

Onde pretendia chegar era: custa-me ser acertivo, objectivo e rápido. Perco tempo a tentar-me fazer entender quando provavelmente já sou uma pessoa suficientemente clara para quem me conhece minimamente. Right?

Numa relação custa-me ser simples e objectivo. Afirmar a minha posição. Aliás, custa-me porque não acredito nessa história de posições e imposições. Mas provavelmente até é importante para a outra parte, visto haver tantos velhos na rua sempre às turras e parecem continuar juntos ao fim de décadas. Dá que pensar não dá?
No trabalho custa-me explicar a minha sensibilidade por receio de ser considerado mesquinho tresloucado ou gayzola. Pois no mundo da imagem ou se é artista ou panilas, ainda não entendi bem porquê essa fronteira entre louco ou gay. Não entendo inclusivé o que é que se ganha em caír nesses extremos. Que eu saiba é uma parolice pois quanto mais se faz força para um lado maior a queda para o lado inverso.

Tudo isto para dizer que sou um gajo sortudo, pois procuro uma coisa que não necessito.
Tenho casa, amor, trabalho, sou independente, livre e tenho pessoas interessantes à minha volta.

Why the hell do we keep searching for more?
Why do we keep longing for something we don't need?

 

Do Outro até Mim

Já te viste reflectido/a em alguém? Já te viste através de outra pessoa?

Penso estar perto da consciência plena, daquela que me liberta do que é "meu", e me mantém perto com o Eu=Individuo.
Começo a ver em algumas pessoas características idênticas às minhas, deixo de olhar apenas para o meu umbigo e de ter conversas em que apenas prevalece a "minha" opinião.
Começo a ouvir realmente o que as pessoas dizem, e o mais giro é que não tenho resposta, limito-me a sorrir e pensar para comigo: "como eu te entendo."
E não quero ser arrogante mas é muito bonito não ter nada para responder, simplesmente sorrir ou pousar a mão num ombro ou olhar com compreensão o próximo. O silêncio é-me tão familiar.
Isto começa também a acontecer-me com uma pessoa de família, de uma nova família não daquela que herdei, e devo dizer que apesar de todas as diferenças culturais e mesmo havendo uma estructura de pensamento diferente, e objectivos de vida diferentes, é bom haver esse ponto em comum, porque é algo precioso, pertence a um campo válido: ao das emoções, ao espiritual. E só por isso vale a pena essa pessoa ter cruzado a minha vida.

Vinha no elevador e encontrei uma senhora de cabelos brancos que me fez lembrar a minha mulher. Olhei-a com toda a atenção possível e haviam traços demasiado evidentes para não ser ela. Foi como se o universo tivesse disposto de frente a mim uma peça do jogo para ver se eu estava atento, e desta vez estava.
Fiquei radiante com o que vi, melhorou imenso o meu dia apenas por ter visto uma desconhecida que me fez pensar.
Melhor ainda: a senhora levantava o queixo com confiança de si mesma, apesar de toda a diferença e "extravagância" (que redundante!) estílistica com que se apresentava. Tudo me fez lembrar a minha companheira, as roupas, o físico, a cara, a postura... E no final havia tanta felicidade, calma e incerteza. Consegui sentir através de outra pessoa qual seria um possível crescimento de alguém que me é tão querido. Aquela viagem de elevador valeu por hoje ter acordado.

Começo a acreditar - não de forma muito convicta - que através dos Outros resolvemos problemas nossos. Às vezes até acho que os Outros resolvem os nossos problemas se estivermos dispostos a colaborar, ouvir e deixar entrar novos pensamentos, acções, ideias, sugestões.
O ser humano é demasiado atado e auto-centrado para conseguir ver-se completamente fora da própria esfera, eu bem me esforço mas apenas em alguns momentos de pura consciência o consigo e se me deixo caír em demasia nesse estado de alerta constante corro o risco de ver o mundo para sempre desencantado, sem expressão, sem opinião, quase sem sentimentos. Não me assusta, mas já reparei que assusta um pouco quem me rodeia, e isso tem efeitos aos quais não estou preparado para responder. Porque como vou explicar que o importante para mim não é a minha opinião ou a minha escolha mas sim a compreensão da não-escolha e da não-opinião, e que isso sim me liberta. . .

Sinto falta de mais actos concretos; de mais acções. Do género de "ainda daí e vamos andar um pouco para algum lado..." Sem destino, sem grandes merdas. Simplesmente andar e ver onde vamos parar.

À minha volta tento passar mais do que apenas palpites como tinha feito no passado. Agora tento ser um pouco mais directo, pois sinto falta de expressar fisicamente aquilo que sou/represento/tenho a fazer. E vejo que as pessoas não estão preparadas, ou não estão no momento, para me ouvir e entender. Tudo bem, não há problema, espero ao menos que um dia determinadas coisas façam click naquelas cabeças e que então me considerem válido.

É curioso como tenho vindo a pensar na importância que tem para mim marcar a minha presença nesta vida. Sinto profundamente que tenho algo muito intenso, crú, subtil, complexo e próprio para mostrar. Ainda não sei qual é o formato, ou qual vai ser o resultado/mensagem, mas sei que acima de tudo vai ser importante para mim, e se fizer a diferença em mim, irá concerteza afectar tudo o resto.

Acreditar numa ideia é por si só fazer com que ela exista.
Nunca digas que não ao que não conheces, eu vou tentar fazer o mesmo.

 

Identification - The Reflecting Error

STOP now. Pause and read with your conscious.

Here it goes: everything which makes you feel bad is most of the times not part of yourself.
Sorrow is not a part of you. It is merely a feeling with which you identify with and for some stupid reason you begin experimenting. Worst of all, you freely choose to accept this feeling to make part of you for some absurd moment that goes on for an indeterminated time. Once you understand that this identification is not a part of you, you'll be indifferent and things will pass through you in much more healthy way.
Just like sorrow desillusion is not part of you it is a consequence of building an illusion. It is a consequence of having expectations or higher standards. We assume we're going to achieve something, we count with it, and when the contrary happens we go "fuck, what happened?". It happened exactly what could happen! You could HAVE it or NOT, as simple as that. Now assume your error of identifying and presuming something which was not yet concrete and materialized.
Failure is another feeling which derives from something that did not occur the way you expected - expectations again. You are not a failure, who the hell projected this on you? Why do you identify yourself with something that is not part of the human being? We are but a body moving, composed of cells that are constantly dying and regenerating, you don't even own your body, so don't assume you have a place in this world which is yours.

Our only home is our mind. And our mind is a dirty place to live in.

Do yourself a favour and walk towards yourself. Deny your person. If you are but a channel in this universe you'll be clean and finnaly understand your function.