Resumo Semestre
Hoje baldei-me ao trabalho e tive tempo de recuperar a minha atenção pela escrita.
Já nã0 escrevo nada neste espaço absurdo desde Janeiro.
Isto é: quase meio ano afastado deste diário de bordo que me serve de mapa mental cibernético. O que aconteceu neste período?
Vou consultar a agenda, que é mais rigorosa que a memória (apesar de deixar os acontecimentos super-artificialóides)...
Em jeito de lista idiota aqui vão os higlights:
- Exposição "Light Against Time" foi para Portalegre e depois Setúbal e agora está em versão mini na goma386 até 1 de Junho. Já tenho data confirmada no Porto para Outubro. Basicamente faz esta semana 1 ano que este projecto itinerante anda pelas estradas de Portugal em tour, e já visitou 5 cidades, em 7 datas diferentes. Nada mau para um "one-man-project"!
Em relação a espectáculos fotografei Nine Inch Nails, e tenho ouvido bastante o excelente "Year Zero", fotografei também Before The Rain (para quem estou a realizar um clip bastante ambicioso), Blasted Mechanism, que lançaram, na minha opinião, um dos albúns do ano, e Within Temptation e Katatonia que foram uns concertos de bosta.
Em Abril não fui para a Escócia como planeado mas vamos agora em Junho se tudo correr bem. Ao invés, ficamos por Portugal e fomos andar sem rumo pelo Alentejo, terra mãe e seca de grande inspiração. A viagem foi boa, calma, talvez o adjectivo correcto seja "adulto" ou quiçá pacholas, sereno, de qualidade. Retenho poucas memórias, alguns desenhos... Muitas leituras das dezenas de Umbigos que levamos para ler. Por falar nisso, saiu mais um artigo publicado na edição de Março, "Dario Argento - Sonhos Macabros" (a versão impressa está melhorada), se tudo correr bem em Junho sai mais um artigo referente ao mestre Jodorowski com o bónus de uma ilustração minha. Depois segue-se o Austríaco Helnwein...
Em Fevereiro fomos ao Porto. Novamente para o Fantas! Este ano a coisa esteve melhorzita que o ano passado, vimos uns filmes porreiros, como o "Pan's Labyrinth", ou o excelente último filme de Kim Kid-Duk "Time", que aborda temas como a perda de identidade no contexto de cirurgia plástica. Outro grande filme que me fez recuar no tempo até aos anos 80 foi "The Host", muito na onda do "Jack Burton nas Garras do Manderim", acção, aventura e comédia num grande filme de subgénero.
Ainda em matéria de filmes e festivais, devoramos por completo o Indielisboa vendo também algumas coisas interessantes como "Scanner Darkly", que me deixou a palpitar para ler alguma coisa de Philip K. Dick, "Rio Turvo", provavelmente a única coisa realmente suportável de Pêra (excepto as incursões com Robert A. Wilson).
Agora começou o Monstra, e voltamos a papar mais cinema, desta feita de animação!
Um ponto sem dúvida marcante deste semestre foi uma consulta de constelação familiar com uma psicóloga brasileira. Através de um modelo sistémico lançei uma questão relacionada com a minha forma de expressão mental, e por conseguinte na linguagem, e fomos às raízes do problema remontando até à minha infância e pré-nascimento, chegando até ao desmascarar de um irmão mais velho abortado e para quem vou dedicar um trabalho video que está actualmente in progress de título "We Are Not Alon".
Foi um trabalho de reflexão profunda, ainda que feito de uma forma subtil e diria até primária e inocente. Num campo quase de improviso e meramente de percepção do momento. Tento guardar comigo frases e palavras chave a concertar. Vamos ver no que dá.
Por fim, a coisa mais importante para a qual tenho estado a investir o meu tempo e a obter resultados significativos é em matéria de "dia-a-dia" e no que posso considerar como ramo "profissional". Como é sabido, o quotidiano anda a matar-me e pretendo adoptar uma postura de pessoa-integra-a-tempo-inteiro. Quero fundir quem eu sou com o meu trabalho sem estar a distanciar postura de trabalho com postura fora-de-trabalho. Quero controlar quanto trabalho e quanto ganho. Quero valer por quem sou e nada mais nem menos que isso. Tenho consciência que vou ter de me esforçar, mas sou inteiramente responsável pelo retorno, recompensa ou orgulho derivante desse esforço. Não quero ter de prestar contas a ninguém, nem ter de me submeter a horários e espaços que me moldam noutra pessoa.
Sendo assim, consegui dar o primeiro passo para sair fora do lugar onde trabalho, agarrei-me a outra plataforma, que sei ser apenas uma ponte, na área de formação. Estou a dar formação de Design (web, teoria e gráfico) na FLAG, não vou sequer comentar como a coisa é internamente porque senão entrava em estado de pleno queixume, limito-me a dizer que a experiência está a ser interessante e que implica um esforço enorme meu em conseguir aguentar sessões de 3 horas nas quais tenho de falar, expor matéria e explicar com uma acompanhação individual os formandos em matérias de design. É um teste de desenvolvimento para mim mesmo. Quem me conhece bem deve saber que isto é quase rídiculo: colocar-me no centro das atenções de, em média, 10 pessoas, a falar durante 3 horas. Sou um gajo calado e de poucas palavras por natureza. Mas está a andar bem...
Fora isso, os projectos de design e fotografia em regime de freelance (http://nunomoreiradesign.blogspot.com/) estão a aumentar e os resultados dos mesmos estão também a subir de qualidade e dedicação, começo a aproximar-me de um modelo que me agrada e no qual tenho mais tempo e espaço para mim mesmo e para as minhas coisas. Algo que sempre quis e tenho adiado. Se tudo correr conforme previsto dentro de 3 meses estou livre e por minha conta! Até lá... MUITO TRABALHO.
PS: Estado mental - Variante. Maior estabilidade emocional. Maior grau de expontaneidade e diversão. Mais certezas. Fase de mergulho na aventura.
Já nã0 escrevo nada neste espaço absurdo desde Janeiro.
Isto é: quase meio ano afastado deste diário de bordo que me serve de mapa mental cibernético. O que aconteceu neste período?
Vou consultar a agenda, que é mais rigorosa que a memória (apesar de deixar os acontecimentos super-artificialóides)...
Em jeito de lista idiota aqui vão os higlights:
- Exposição "Light Against Time" foi para Portalegre e depois Setúbal e agora está em versão mini na goma386 até 1 de Junho. Já tenho data confirmada no Porto para Outubro. Basicamente faz esta semana 1 ano que este projecto itinerante anda pelas estradas de Portugal em tour, e já visitou 5 cidades, em 7 datas diferentes. Nada mau para um "one-man-project"!
Em relação a espectáculos fotografei Nine Inch Nails, e tenho ouvido bastante o excelente "Year Zero", fotografei também Before The Rain (para quem estou a realizar um clip bastante ambicioso), Blasted Mechanism, que lançaram, na minha opinião, um dos albúns do ano, e Within Temptation e Katatonia que foram uns concertos de bosta.
Em Abril não fui para a Escócia como planeado mas vamos agora em Junho se tudo correr bem. Ao invés, ficamos por Portugal e fomos andar sem rumo pelo Alentejo, terra mãe e seca de grande inspiração. A viagem foi boa, calma, talvez o adjectivo correcto seja "adulto" ou quiçá pacholas, sereno, de qualidade. Retenho poucas memórias, alguns desenhos... Muitas leituras das dezenas de Umbigos que levamos para ler. Por falar nisso, saiu mais um artigo publicado na edição de Março, "Dario Argento - Sonhos Macabros" (a versão impressa está melhorada), se tudo correr bem em Junho sai mais um artigo referente ao mestre Jodorowski com o bónus de uma ilustração minha. Depois segue-se o Austríaco Helnwein...
Em Fevereiro fomos ao Porto. Novamente para o Fantas! Este ano a coisa esteve melhorzita que o ano passado, vimos uns filmes porreiros, como o "Pan's Labyrinth", ou o excelente último filme de Kim Kid-Duk "Time", que aborda temas como a perda de identidade no contexto de cirurgia plástica. Outro grande filme que me fez recuar no tempo até aos anos 80 foi "The Host", muito na onda do "Jack Burton nas Garras do Manderim", acção, aventura e comédia num grande filme de subgénero.
Ainda em matéria de filmes e festivais, devoramos por completo o Indielisboa vendo também algumas coisas interessantes como "Scanner Darkly", que me deixou a palpitar para ler alguma coisa de Philip K. Dick, "Rio Turvo", provavelmente a única coisa realmente suportável de Pêra (excepto as incursões com Robert A. Wilson).
Agora começou o Monstra, e voltamos a papar mais cinema, desta feita de animação!
Um ponto sem dúvida marcante deste semestre foi uma consulta de constelação familiar com uma psicóloga brasileira. Através de um modelo sistémico lançei uma questão relacionada com a minha forma de expressão mental, e por conseguinte na linguagem, e fomos às raízes do problema remontando até à minha infância e pré-nascimento, chegando até ao desmascarar de um irmão mais velho abortado e para quem vou dedicar um trabalho video que está actualmente in progress de título "We Are Not Alon".
Foi um trabalho de reflexão profunda, ainda que feito de uma forma subtil e diria até primária e inocente. Num campo quase de improviso e meramente de percepção do momento. Tento guardar comigo frases e palavras chave a concertar. Vamos ver no que dá.
Por fim, a coisa mais importante para a qual tenho estado a investir o meu tempo e a obter resultados significativos é em matéria de "dia-a-dia" e no que posso considerar como ramo "profissional". Como é sabido, o quotidiano anda a matar-me e pretendo adoptar uma postura de pessoa-integra-a-tempo-inteiro. Quero fundir quem eu sou com o meu trabalho sem estar a distanciar postura de trabalho com postura fora-de-trabalho. Quero controlar quanto trabalho e quanto ganho. Quero valer por quem sou e nada mais nem menos que isso. Tenho consciência que vou ter de me esforçar, mas sou inteiramente responsável pelo retorno, recompensa ou orgulho derivante desse esforço. Não quero ter de prestar contas a ninguém, nem ter de me submeter a horários e espaços que me moldam noutra pessoa.
Sendo assim, consegui dar o primeiro passo para sair fora do lugar onde trabalho, agarrei-me a outra plataforma, que sei ser apenas uma ponte, na área de formação. Estou a dar formação de Design (web, teoria e gráfico) na FLAG, não vou sequer comentar como a coisa é internamente porque senão entrava em estado de pleno queixume, limito-me a dizer que a experiência está a ser interessante e que implica um esforço enorme meu em conseguir aguentar sessões de 3 horas nas quais tenho de falar, expor matéria e explicar com uma acompanhação individual os formandos em matérias de design. É um teste de desenvolvimento para mim mesmo. Quem me conhece bem deve saber que isto é quase rídiculo: colocar-me no centro das atenções de, em média, 10 pessoas, a falar durante 3 horas. Sou um gajo calado e de poucas palavras por natureza. Mas está a andar bem...
Fora isso, os projectos de design e fotografia em regime de freelance (http://nunomoreiradesign.blogspot.com/) estão a aumentar e os resultados dos mesmos estão também a subir de qualidade e dedicação, começo a aproximar-me de um modelo que me agrada e no qual tenho mais tempo e espaço para mim mesmo e para as minhas coisas. Algo que sempre quis e tenho adiado. Se tudo correr conforme previsto dentro de 3 meses estou livre e por minha conta! Até lá... MUITO TRABALHO.
PS: Estado mental - Variante. Maior estabilidade emocional. Maior grau de expontaneidade e diversão. Mais certezas. Fase de mergulho na aventura.
