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4/26/2005 

Sonho Lúcido 24/04/05

Chegamos a casa semi-mortos depois de um dia de pinturas intensivas na casa; resultado muito positivo.
Acendi umas velas, meti o "Legend" no leitor de DVD, enchi a banheira e enfiei-me lá dentro para repousar os musculos que antecipava estarem doridos no dia seguinte. Depois do banho vimos um pouco o resto do filme e arrastamo-nos para a cama para dormir.

O misto de cansaço e repouso era tal que não conseguia caír em sono. Senti que passaram horas e que andei às voltas na cama e que cada posição em que me deitava sabia melhor que a anterior. Entendi o que me tinham dito de "estar demasiado bem para conseguir dormir", fez finalmente sentido.

Às tantas, adormeço... Mas não em sono profundo, havia a percepção de estar a dormir, na cama, à procura de descanso físico.

Levanto-me da cama para ir buscar qualquer coisa e uma conversa desenrola-se na qual tento explicar um ponto de vista do qual não me recordo; no meio da argumentação, digo "isso é como se fosse... o dinheiro. O dinheiro não existe!" e no momento em que estas palavras saem da minha boca desce em mim uma sensação de sucção brutal da mente até ao estômago, entranhas, pés, cama, corpo deitado, luz.... Tudo fez sentido subitamente! Estava a dormir e estava consciente. Sabia que estava levantado de frente para a cama em que estava deitado. O coração acelarou, a frase fez sentido num plano ainda não perceptível mas completamente retido como válido e certeiro. Tomei consciência das duas coisas ao mesmo tempo: do dinheiro e da validade de um raciocínio ainda não analisado, e de estar a sonhar no mesmo espaço temporal onde o meu corpo se encontrava. Foda-se, um sonho lúcido! Vou acordar e registar isto, vou acordar, vou acordar ... Estou deitado, deitado sobre o lado esquerdo, encorporo-me, sucção menos forte desta vez - sinto-me no escuro, de olhos fechados, custa-me abrir os olhos, como se ainda estivesse pegado ao outro lado... Esforço-me, abro os olhos, viro-me para o lado e conto-lhe o que se passou... A minha mente só queria dizer "o dinheiro não existe", mas a doença da minha comunicação formalizou-se na explicação do sonho completo até chegar à dita frase.

Relembrei como conseguia controlar estes momentos metafísicos, como eram importantes para mim, como o conhecimento dos meus sonhos e do meu inconsciente devia viver no mesmo plano do real.
O inconsciente quer ser livre, e pode ser livre. É válido, é solucionável, quer ser ouvido, quer ganhar forma. Tenho de arranjar maneira de me virar do avesso ou simplesmente servir de canal para o inconsciente falar.

Sou apenas um veículo da mente.

Em relação à dita frase "o dinheiro não existe":
Senti que o dinheiro físico, as notas, as moedas, a ligação humana e toda esta dependência não passava disso mesmo - de uma dependência desprovida de razão. Senti que o dinheiro era uma manipulação global, uma treta! Senti-me enganado! Senti-me estupidificado por ainda não ter PERCEPCIONADO isto antes. Parecia uma conspiração. Senti que não precisava de dinheiro para nada!
E foi isso, acordei sem conseguir concluir a ideia. Não consegui sequer pensá-la, foi apenas sentida. Como se tivesse sido tocado na superficie da pele e o simples toque transmitisse conhecimento directo para a mente, sem necessidade de experienciar empiricamente a coisa.
O dinheiro é um condicionamento falso. Uma pessoa é capaz de viver com X dinheiro ou com Y dinheiro. Acho que as pessoas sofrem sem ainda terem sofrido realmente, como se fosse uma presuposição de algo ainda por acontecer, quando tudo é possível e não existe apenas uma escolha/um caminho. As pessoas sofrem por não terem dinheiro ainda tendo dinheiro.
Sinto nojo dessa falsidade.
Ignoro as ditas necessidades actuais.

O meu bem-estar é o agora, e o agora é aquilo que eu quiser que seja.