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4/22/2005 

Vanessa

A Vanessa era daquelas miúdas giraças que passa despercebida no meio da multidão mas que na foda é uma valente maluca. Se há uma coisa que a Vanessa gosta nesta vida é certamente de foder. Gosta de ser penetrada contra a parede e de preferência por um rapazola com genica, que lhe dê umas boas palmadas no rabo, uns puxões na anca ou mesmo umas mordidelas no pescoço.
O Ruben, namorado recente que conheceu num barzeco ali para os lados de Cascais, é um bom partido, ora vejam: tem uma verga à medida, um corpo de atleta, e fode absurdamente bem contra a parede, factor preferencial para a malandreca da Vanessa.

No outro dia sairam os dois para jantar e a Vanessa fez das dela: pediu ao desiquilibrado do Ruben para lhe fazer companhia na WC com a desculpa de que precisava que ele lhe arranja-se o feixo das calças de ganga, o rapaz meio convencido com a tanga foi atrás dela com um sorriso rasgado de entusiasmo, típico dos homens babados que quando ouvem falar em sexo de uma forma subliminar parecem cães com cio.
Na WC a boa da Vanessa despe as calças, atira-as para cima do lavatório e põe-se agitadamente a roçar contra o Ruben que se ria nervosamente sem saber muito bem como agir. Grande problema no fecho, hein? A Vanessa era mesmo assim: safada, inesperada, com a mania de dominar para não ser dominada.
Ao sairem da WC os papeis inverteram-se, vinha o Ruben bem corado e a Vanessa com um sorriso de orelha a orelha. A foda não tinha sido propriamente um espectáculo, mas valeu pelo momento quente e rápido e pelo misto de emoção inerente aos lugares públicos, aquele nervoso miudinho de criança que deixa o estômago apertado e ao mesmo tempo amplia a pica da circunstância.

Mas deixa-me contar-te mais sobre a Vanessa: o corpo redondinho passa perfeitamente despercebido nas roupas discretas, não devia ter mais que 1,70 mt, pernas bem trabalhadas, um rabinho delicioso, umas mamocas muito muito jeitosas e uma personalidade de desvairada total. A personalidade é de facto a mais valia desta miúda, não fosse ela das que escolhe os namorados logo por um bom apertão no peito ou no meio das pernas. Namorados como quem diz, porque o que ela queria era só mesmo foder, estudar um pouco a situação e partir para outra.

Isto até um certo dia, quando se cruzou comigo na Rua do Ouro estava eu mal-disposto com a merda do parquimetro (aliás, como acontece com qualque fulano que queira parar o carro na cidade).
Lembro-me perfeitamente, eu a tentar meter o caralho do citroen entre um pilar e uma parede e o estupor da miúda a ajeitar as botas do outro lado da rua com a maior das descontrações como se fosse domingo à tarde.
Saí do carro, todo em cólera e com vontade de me pôr dali andar, vem ela ter comigo com a seguinte conversa: "Olha lá, por acaso não queres ir beber um café comigo?" à qual respondi apressadamente: "Quero beber café sim, mas vens TU comigo e não EU contigo, pode ser?".
A miúda ficou surpresa e notou-se uma pausa de aceitação, como se tivesse dado de caras com um adversário à altura sem ser preciso apalpar-lhe os tomates. Isto porque para a Vanessa todos os gajos que lhe apareciam pela frente faziam parte de um jogo inexplicável entre prazer e irritação profunda, irritação essa proveninente de uma insatisfação não física mas psicológica, do forro da pica comunicacional, uma vontade de conseguir falar com os gajos como se estivesse a falar com a melhor amiga.
Mas como dizia: fomos até um cafézito bem merdoso na baixa e em poucos olhares e uma troca atabalhoada de palavras brutas e súbitas acabou por se entender que ambos queriamos apenas desesperadamente foder. Ainda bem que se entendeu rapidamente, porque tenho pouca paciência para flirts e conversetas de café.

E era isso que me agradava na Vanessa, a vontade desprovida de razão. A fome a seguir às refeições ou a alegria com que acordava como se cada dia fosse uma página branca ainda por escrever.
Acabamos os dois enfiados numa daquelas pensões reles que se vêem todos os dias a caminho do trabalho e onde pensamos nunca vir a pôr os pés por considerarmos demasiado porcas, no entanto existe uma aura de mistério naqueles lugares, e desta vez o porco a entrar sem grandes preconceitos fui eu.
Na realidade até curti! O quarto era atarracado e estranhamente limpo. Bastou entrar, fechar as cortinas, despir-lhe a camisola, arrancar-lhe a saia de forma meio-desajeitada e fodê-la contra a parede em pé, ali mesmo ao pé da janela que deixava entrar o mínimo de luz por entre as portadas.
A cama ficou intacta, ao contrário de nós que nos roçavamos que nem animais um contra o outro e do cú bem vincado da Vanessa pelas palmadas e apertões fortes que lhe dei naquela tarde.
Ela adorava sentir o caralho a entrar-lhe pelo meio das pernas e a roçar no rabinho, ficava doida e bem fofinha na cona. Como se o corpo respondesse ao prazer de imediato e a pele subitamente se torna-se fofa, quente e escorregadia; adorava que eu lhe puxasse os cabelos e que os movimentos fossem fortes, súbitos e com um ritmo assumidamente a meio-gás, para sentir a pulsão dos sexos a estremecerem um contra o outro. Tudo abanava, e eu só pensava em entranhas, vísceras, carne, saliva, esporra, e todo o tipo de pensamentos ultra-carnais que só desafiam à destruição.
A Vanessa gemia e masturbava-se enquanto a fodia, na realidade ambos nos fodiamos, ela não era do tipo de mulheres que se deixasse foder, ela gostava realmente de ser comida e de comer. E isso é bom, dá pica. O prazer dela fazia-me revirar os olhos e aquecer por dentro, ficar ainda mais duro por saber que estavamos ambos a gozar um momento realmente fenomenal.

Ao fim de 1 hora e picos fomos embora da pensão maravilha e nunca mais vi a Vanessa.

O melhor não foi nem a foda, nem a personalidade desta miúda, foi simplesmente o à vontade e liberdade que ela trouxe à minha vida.
Fez-me ver que é possível gostar de alguém sem necessariamente criar laços e compromissos. O prazer não precisa de ser cautelista e programado, não resulta se assim o for. A Vanessa ensinou-me que o prazer não tem preço, nem hora nem escolhe o local. As pessoas podem ser usadas e utilizadas se assim o permitirem, e não há nada de insensível neste tipo de intercâmbio.