6/17/2006 

Umbigo #17 já saiu!

Camaradas!
A nova edição da UMBIGO já saiu e completa 4 anos de existência.
Este número contém 2 artigos do vosso mui humilde bloggista:
- Sopor Aetenus - Exibicionismo Introvertido
- Clockwork Orange - Qual o Limite da Liberdade?
As fotos de SA ficaram catitas e com o impacto esperado (hihi), e a paginação do Clockwork também está muito engraçadita sim sr.

Vasculhem no meio dos arquivos absurdos e irão encontrar os textos!

Até breve e não se esqueçam de passar na Rua da Atalaia 159 para visitar a exposição de fotografia LIGHT AGAINST TIME que ainda está por lá até ao final do mês, levem amigos e conhecidos!

6/16/2006 

Back & Forth (bring me the force)

"Your vision will become clear only when you look into your heart.
He who looks outside dreams. He who looks inside awakes."    
C. G. Jung

Dar voz ao automatismo instantâneo é crucial para o desenvolvimento pessoal.
A importãncia de atribuir um significado simbólico de um sentimento a um acto ritual é igualmente construtivo e engrandecedor.
Morte aos géneros, esterótipos, tipificações e limites da mente e corpo.
A felicidade e preenchimento são o CAMINHO não a finalidade.

"Sugar and spice and everything nice,
That's what little girls are made of.
Snips and snails and puppydog tails,
That's what little boys are made of."

6/09/2006 

E se...

... O futuro das relações interpessoais - amorosas, profissionais, amigáveis - fosse a constante TROCA para que assim se tomasse conhecimento das diferentes espécies, mentalidades e comportamentos?

Se somos tantos humanos neste planeta não fará sentido irmos criando uma ROTATIVIDADE de parceiros, amigos e caminhos para assim aprendermos o máximo uns dos outros e por fim de nós mesmos?

6/05/2006 

Memórias

Ontem, no meio de uma amena cavaqueira (gostava de entender as raízes desta maldita expressão), cheguei á brilhante conclusão de que as memórias só existem se forem partilhadas e contadas, de outra forma não perduram e acabam por ser esquecidas ficando apenas fragmentos soltos e sensações vagas... A cabeça é assim mesmo: precisa de ser estimulada.

Acontece que durante grande parte da minha vida, principalmente o período da adolescência, não foi passado propriamente em grandes grupos de amigos. Tive/tenho um grande amigo-irmão com quem partilhei várias aventuras e esquemas suficientemente marados para viverem na minha cabeça até hoje, mas excluíndo esse caso bem sucedido e ainda presente, penso que não existe mais ninguém com quem tenha mantido contacto ou que queira de alguma forma (re)visitar hoje em dia.
De certa forma parece que tive um crescimento fora do vulgar, pois não tenho assim tantas aventuras malucas ou pelo menos não me recordo das mesmas.

Uma situação interessante relativa a este tema da memória é que quanto mais se conta algo mais se intensifica esse acontecimento e se mantém essa memória viva. Trata-se de um pequeno pensamento flutuante que se continua a encher quando este parece já vazio e sem força para voltar a voar.
No entanto, se virmos bem, só se alimenta esta memória se houver uma RAZÃO válida, isto é, se de alguma forma recuarmos no tempo por motivos de contacto com algo semelhante a essa época (alguém parecido, uma música, um cheiro, um filme, whatever), se tal não acontecer é dificil ir buscar uma memória sem razão aparente.

De forma sucinta, penso que hoje em dia tiro mais fotografias ao presente e faço mais por tentar-me recordar e reforçar a ideia de que me sinto bem e quero manter isso como memória para o passado e futuro. Até ajuda a desfrutar o presente.
Não acho que viva mais hoje do que vivi há, por exemplo 5 anos, provavelmente tenho tantas experiências como tinha, simplesmente quero ter a habilidade de as recordar e ter pontos de referência que me reajustem.

6/03/2006 

Alegoria Bipolar (ou a Força Construtiva do Uruboros)

O Velho disse:
- "Não me apetece sair hoje. Não estou para aturar aquelas pessoas entediantes, com conversas previsíveis e gestos fúteis que desagradam ao olhar. Para além do mais, já sei o que vai acontecer e a minha disposição é pior do que o próprio local onde me queres levar."

O Novo respondeu:
- "Mas se não fores hoje, até quando irás adiar essa sensação de impossibilidade? Não vês que cada "não" que dizes é uma facada numa hipótese construtiva? Julgas-te forte e nobre mas não passas de um cobarde sem força para agir!"

Velho:
- "Carrego em mim o teu discurso, sei qual é a tua finalidade. Não precisas de me convencer de nada quando a minha vontade é nula e as tuas acusações são ocas."

Novo:
- "Não te quero convencer, quero-te aliciar. Porque o meu sim vive no agora, e o teu não pertence ao passado. Entendes isto?"

Velho:
- "Admito que me convences. Não pelo objectivo em questão, mas pela força intríseca às tuas palavras. Reconheço que existe o fracasso e a derrota e que só provando o seu sabor faz sentido lutar pelo inverso e assim provar a glória.
Contudo, ouve-me agora bem: ao teu sim momentário falta alma! Se aprenderes a conjugar a conquista com a humildade de quem não conquistou irás sentir-te bem. Se lutares incensatamente por algo que não é teu, as coisas irão fugir-te das mãos e ficarás apegado a um sentimento vazio de frustração. Sentimento esse que nem é teu... Irás então questionar-te, e entrar no mundo da lógica. No domínio que me prende ao não-agir."

Novo:
- "Cala-te e faz alguma coisa por ti. Essas tuas teorias colocam-te num papel de vitima que não tolero nem quero entender. Não vejo força nos teus ensinamentos, mas apenas nas palavras, que tal como as minhas geram efeitos, mais não seja uma contra-resposta que te irrita. E digo-te mais: se me respondes é porque de alguma forma te irrito e faço sentido com o meu discurso."

Velho:
- "Saber ouvir é uma virtude; e nem tudo tem necessariamente de ter uma resposta. Irás viver na minha pele e sentir o meu tempo. A individualidade fragilizada e solitária irá tocar-te. E quando isso acontecer vais rezingar este mesma conversa com outra pessoa, mas noutra posição. Noutra época."

Novo:
- "Sim, mas até lá tenho de aturar-te. E és chato... Apesar de gostar de conversar contigo."