12/31/2006 

Revisão 2006

Último dia do ano (pelo menos segundo o calendário gregoriano).

Estou no emprego, não importa mencionar qual. Este é o sítio onde não pretendo estar para o ano que vem, aliás, não dou mais de 7 meses para zarpar daqui para fora for good! Este é o ÚNICO peso que carrego de momento que está de alguma forma ligado com a minha última pele. Tentei largar tudo e começar de novo, tipo auto-restart interno e externo e acho que a única merdice que ficou agarrada foi este trabalho que tem realmente de ser ultrapassado e elevado a um outro nível.
No geral sei que 2006 foi um ano baril e de muito trabalho. Foi isto que desejei para mim mesmo e tive de facto momentos em que rasguei e puxei pelo físico e psíquico. Em comparação com 2005 trabalhei menos comigo mesmo e tentei focar-me mais no eu-exterior, no eu-acção. E o resultado é positivo e continua a ser uma àrea onde devo apostar pois é aí que residem as maiores lacunas.
Tentando fazer uma breve análise por temas:

- SOCIAL
No campo social dei um pulo do caraças. Senti que sai realmente da casca e estes 2 últimos meses, devido a cansaço, parece que recolhi um pouco. É natural.
Não fiz muitas amizades, mas conheci muita gente. Deu para alargar o espectro de seres humanos à minha volta. Deu para entender mais coisas, deu para me melhorar e testar a capacidade de comunicação, adaptação, teatro, diversão, improviso, etc. Em 2006 entendi também que as primeiras impressões que faço das pessoas estão 90% das vezes MUITO certas. E quando digo MUITO é mesmo MUITO. Tenho uma sensibilidade qualquer para snifar pessoas e perceber de onde elas vêem, onde se encontram e para onde querem ir.
Cheguei também à conclusão que portugal é um canteiro minusculo e toda a gente se conhece. Voltei a ver pessoas que não via faz anos e umas parece que saltaram de uma janela e renasceram, enquanto outras estão paradas no ano de 1994 à espera de ver o Jurassic Park em estreia nas Amoreiras.
Senti que muita gente está a entrar numa vibração mental de mudança. De querer mais da vida e do planeta e desta merda toda. Que o pessoal acha que não chega ter uma vidinha miserável e estúpida. Sinto que há 2 gerações que agora podem não se estar a aperceber mas vão ser os pais de uma mudança mental enorme para o planeta terra. Sinto que os nossos filhos vão implementar essa mudança e que cabe a nós cortar de vez os erros e padrões que continuamos a carregar por culpa, dogmas, preconceitos, medos e sabe-se lá mais o quê!
Entendi também que a minha natureza não muda. Não vale a pena estar a forçar. Posso melhorar a minha capacidade de inter-relacionamentos mas não fui talhado para passar dias seguidos com as mesmas pessoas. Atingo rapidamente o limite de esgotamento se não tiver o meu espaço. Lamento imenso, mas é assim mesmo. Tenho de tirar o melhor partido ENQUANTO dá e depois sair e despedir-me ordeiramente e sem raivas.

- RELACIONAL
O campo relacional esteve mediano. Teve momentos muitissimo bons e também momentos que seriam perfeitamente dispensáveis. Há que ser mais realista e menos sonhador. Quando iniciei a relação sabia o que queria e quem deveria ser e fui perdendo o fio à meada... Enfim, as circunstâncias assim o quiseram. Mas sei onde estou talhado estar. E sei o que me espera. Um desafio brutal.. Mas à minha altura.
A exposição e disvirtuamento de nós mesmos é complicado de viver ao lado de outra pessoa. Não é fácil crescer com outra pessoa... Faz-se muitas faíscas, algumas levantam labaredas. É preciso ter calma, bom senso. Às vezes também é preciso impor limites e dizer basta. Saber avaliar e ver o que vale, e não, a pena. Sei que vem aí retorno, não sei bem como nem quando... All good things to those who wait. 2007 é o ano 9 universal, o ano que simboliza o meu casamento.
A relação com os meus pais subiu bastante na minha consideração. Todos nós 3 mudamos um pouco e vemo-nos de forma mais realista. Sei que tenho ali duas pessoas em quem posso confiar e que me apoiam, saber isto é muito bom e dá força para arriscar algumas coisas. Devo dizer que este Natal até me apeteceu de verdade - sem ser obrigação - estar com eles. O resto da família também já entendeu muito bem quem sou e o que esperar de mim, o que é bom, mas não perdem pela demora porque surpresas não faltam. Espero que o meu avô ainda se aguente mais um tempinho...

- PESSOAL / PROJECTOS
Tinha imensas ideias para realizar projectos video e acabou por ficar tudo um pouco em águas de bacalhau. O projecto do "Video do Desassossego" não me sai da cabeça mas também não encontro um bloco de tempo+disposição para o fazer. Sei que é algo que só conseguirei fazer quando me dedicar a 200% e sem ter outra preocupação pendente. Quero fazê-lo sem amarras, de corpo e alma. O "Behind the Lens" teve em alta durante o inicio do ano e depois acabou por se esmifrar, não está morto, mas quando pegar é para concluir. Não queria que ficasse um trabalho mediano porque envolveu pessoas que respeito imenso, tenho de re-inventar algo criativo para a estrutura do documentário ou pedir ajuda a alguém-
O melhor que me aconteceu a nível de projectos foi algo não planeado: a exposição Light Against Time que vai na sua terceira data de exposição no ano de estreia e tem pernas para se aguentar mais um ano na estrada. Foi algo que fiz muito naquela atitude de "vamos lá ver no que é que isto dá", e parece que pegou e agora ganhou vida própria. Estou feliz, mas é algo quase vivo ao qual me sinto responsável mas de uma forma pouco interveniente.
As participações com a Umbigo continuam mas com um ritmo lentíssimo o que mais uma vez revela que quando não ligo muito às coisas ou penso nelas parece que corre tudo melhor. Não ter compromissos é excelente.
A nível de projectos pessoais surgiu também aí uma ideia que pode vir a mexer, chama-se POLVO e vamos ver no que dá. É basicamente para ir buscar income extra, e estou a fazê-lo com a pessoa certa.
A experiência com àcido no Boom foi mind-blowing e mudou-me enquanto pessoa. I'm happy.
Em 2007 quero escrever muito, muito, muito. Quero ter algum draft final. "O Livro" tem de começar a ganhar pernas para andar. Quem sabe se não tiro uma semana e vou sozinho para o alentejo começar a esgalhar o esqueleto? Fevereiro sounds good and appealing... Aliás, anda-me a apetecer viajar sozinho.
Tenciono fazer uma calenderização qualquer no ínicio de Janeiro para os projectos e ideias por isso não vale a pena extender-me mais.
Do campo pessoal também aprendi algo que levou algum tempo a chegar lá. Chatices = caga nisso. Não tenho disposição para me chatear. Simplesmente um grande fuck off na cara de quem me pretende mandar para baixo ou fazer sentir mal. Não aturo mais merdas exteriores. Um tipo fica amargurado, ácido e terrivelmente doente de stress se apanha toda a má-disposição que rodeia algumas pessoas. Da parte que me toca, não aturo mais aquela conversa do desgraçadinho e das lamurias chatas do português-típico.
A instalação "Nothing is True" também está em fase final de projecto. A ver se arranco com a apresentação e proposta da mesma.

- PROFISSIONAL
Bom, por onde começar? Foi um desastre. Quase me despedi inúmeras vezes e outras tantas quase me mandaram embora (antes fosse, que ficava a ganhar com isso). Atingi o limite. Não fiz nenhum projecto engraçado ou que puxasse por mim. Passei a maior parte do tempo a trabalhar para coisas extra-profissionais ou trabalho e a encher chouriços. Abusei mesmo. Mas lá está, para o ano sei que tenho de balançar este aspecto de verdade. E o que quero para mim, já deu para perceber, é ser chefe de mim mesmo no sentido de tempos e disposição. Sou um gajo chato para caralho de temperamento. Não consigo estar a reger a minha vida por um horário fixo e carregado de normas. Multinacionais é como ter um cancro ao pescoço, não se vê mas dá nauseas e vai corroendo por dentro.
Em 2007 vou dar aulas, dê lá por onde der... Para o ano vou atirar-me aos leões e ver no que dá, é o meu maior desafio.

- APRENDIZAGEM
Acabei alguns cursos: Introdução à Psicologia Junguiana, Curso de Flash, e Curso de Formação de Formadores que espero vir a aplicar o mais depressa possível.
A formação é algo em que não posso mesmo deixar de investir porque nos dias que correm estar parado é morrer no mercado. Por muito gozo que me dê fazer projectos artisticos de âmbito genérico e subjectivo, a parte tecnológica e de contacto humano é importantissima, e terei de compensar em 2007 o não ter um posto fixo de trabalho por qualquer tipo de formação ou contacto social que me faça sair de casa. Por outro lado, uma bolsa de estudo ou de investigação também vinha bem a calhar...

- CULTURAL
Viajei pouco este ano. Fui a Marrocos em África e depois as viagens resumiram-se a ir ao Algarve, Alentejo (várias vezes e locais: Alcácer, Montemor, etc.), Sesimbra, Porto e Vila Real. De certa forma sabia que este ano o orçamento não dava para muito mais pois meteram-se outros desejos pelo meio.
Fora viagens houve Cinema qb. E é mesmo qb! Frequentei imensos festivais de cinema (Fantasporto, Indielisboa, Nippon Koma, Hola Lisboa) e aluguei filmes que me fartei. Teatro também houve (Satirotic, Sit, etc), principalmente peças na Culturgest (Até que Deus é Destruido Pelo Extremo Exercicio de Beleza, Laranja Mecânica) pelo nível de qualidade/preço super apetecível. Também se assistiu a uns concertos bons e agradáveis (Maria Rita, God is an Astronaut, Oquestra, Ataraxia, Rolling Stones, Cradle Of Filth, Diamanda Galas, Opeth, Aenima). Lamento não ter visto Tool e Stuart Staples, mas fica para a próxima. Na realidade, a parte cultural por vezes até exagerou pondo em causa o bem estar pessoal. Como o meu avô diz e bem, "não é fome, é mais vontade de comer."
Albuns que me chamaram a atenção em 2006:
- Red Hot Chilli Peppers - Stadium Arcadium
- She Wants Revenge - S/T
- Yeah Yeah Yeahs - Show Your Bones
- Moonspell - Memorial
- Fiona Apple - Extraordinary Machine

Filmes que me marcaram em 2006:
- Lady In the Water
- Drawing Restraint 9
- Babel
- A Lula e a Baleia
- Perfume
- The Proposition
- Cuisa Ruim
- Breakfast on Pluto

Por ver:
- Volver
- Little Miss Sunshine
- Hard Candy

12/09/2006 

The Power of Stupidity is All Around Us

I'm really fucked from inside! What annoys me terribly is the fact of knowing it's because of you and not a feeling generated solely by an act of free will. I hate to be touched by the ignorant and blind fate of your ego. The stupidity of your attacks against me seem so out-of-place and irrational. I look at you and you seem an alien trying to communicate without being able to breath or articulate something tangible.
What is all that spectacle for? Trying to convince me of your own dilema? Baby, if you want some help just ask for it, don't go screwing with my head meanwhile! I'm here to help, but only if you want to be helped...

I hate all these crazy paranoias and manias! You are a seriously fucked up creature and I'm sick and tired of fucked up creatures around me!
I make a promise right here right now: If this relationship won't work I will not to waste one more second of my life in building something valuable and constructive with another person again. Really. It is too much of an effort so I'll just turn into a fuckin' dandy and live my life as it was written by my imagination in the first place.
Know what? I'm already a serious case to handle, maybe you should try to work your scheme out before you fuck with mine and ultimately fuck everything around us. If this is what happens when one is more stressed out or occupied trying to be free from routine, cars and annoying routine, I wonder how the fuck is your reaction when something REALLY serious or bad happens?
What the hell is wrong? What the fuck have I done to constantly have to deal with crazy people? Am I on a sitcom and no-one told me?

I can only elaborate on two answers for this crappy feeling: 1. I am a control-freaked person who is working hard on is own-development as a human-being and building a structure whereon to work is issues and expand into something bigger than life and therefore I'm way further than most people I know; 2. Everybody around me is seriously dettached from what is good or bad, or lack of time or an investment....

Seriously, I can predict my life. I am gradually acquiring a very own technique that allows me to sneack into a possible future and see how it will turn out. Sometimes in the middle of this process something happens that acknowledges and confirms that I'm on the right track and I feel confident and move on. This is true, dear reader, you can seriously take a leading roll on what happens with you and this moment I am writing my own.
... What truly fucks with me is why wasting so much time, sweat and tears with useless talks and screams. Can you explain me?

The pattern is now destroyed. Thank you for reading.