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10/26/2006 

Gap

Devo admitir que ainda estranho as mudanças que sofri nos últimos 2 anos ao nível da minha personalidade e da forma como me apresento ao mundo.
É muito engraçado deitar fora as máscaras que durante a adolescência criamos, que nos ajudam a descobrir como somos e como nos devemos enaltecer para assim aprender a sobreviver e a auto-descobrir.
Durante imenso tempo considerava que a força de carácter estava na intrasmissão de sentimentos, no bloqueio de vontades, numa enorme panóplia de repressões que mais tarde compreendi que tinham de vasar naturalmente.

Algo que reparo com muita frequência é haver uma tipificação e consequente afastamento (gap) gigantesco entre 2 tipos de pessoas: aquelas que são verdadeiramente honestas e não têm medo de expressar os seus sentimos e de se mostrarem vulneráveis (muita gente do mundo artístic), e um outro tipo de pessoas que parece pairar numa dimensão de telenovela constante em que recria papeis de outras novelas ou romances e são tudo menos elas próprias. Algumas dessas pessoas são espetacularmente bonitas e interessantes, dá para ver debaixo daquela casca que têm potenciais latentes para serem realmente fantásticas, mas mantêm-se presas a uma forma de estar unidimensional onde a constante defesa da sua máscara se torna o jogo principal das suas vidas. Esta situação mantém-se até que aconteça um verdadeiro choque-frontal com uma tragédia pessoal, que, como todas as tragédias, têm o potencial mágico da mudança e confronto para que esses individuos possam então descarregar o que sentem, por pura impotência perante os factos crús da realidade que não dominam nem aceitam.
Estas tragédias, sacrificios e revoluções são geradoras de mudança, e portanto o Caos é sem dúvida um elemento que sumarizando é mais construtivo que destrutivo.

Acho que hoje vou pegar em mim e dar um valente corte de cabelo.
Vai ser um bom teste comigo mesmo: conseguir desvincular-me da imagem que criei de mim mesmo e simplesmente aceitar-me como sou de essência: criança, velho, carinhoso, imaginativo, criativo, directo, forte, confiável.

Noto mudanças nas pessoas e no mundo. A Era de Aquários começa aos poucos a fazer-se sentir - a sensibilidade e liberdade emocional começa a ganhar forma e a moldar o meio em que se insere. Vivemos numa época de risco, onde se sente eminente no ar o perigo de extinsão e o começo de algo novo e um nível mais acima na espiral cósmica. We're in this together.