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8/29/2005 

Igualdade ou Consequência

"Each man kills the thing he loves..." - Oscar Wilde

Tenho a ligeira impressão de que quanto mais próximos estamos afectivamente de uma pessoa mais a queremos alterar.

Existe um impulso natural inexplicável que faz com que queiramos que as pessoas sejam iguais a nós. Queremos ouvir da boca delas aquilo que lhes dizemos e gostavamos que as nossas acções fossem de facto o comportamento exercido pelos outros.
Quando estamos próximos de um familiar ou de um companheiro ou amigo deixamos de falar e pensar como pessoas individuais, compreensivas e com vontades autónomas. Parece que deixamos de nos aceitar como somos: todos diferentes; passamos a exigir que se comportem de acordo com expectativas próprias - que não são as mesmas da outra pessoa -e culpamo-nos a nós ou aos outros se não corresponder com o que era ideal.
Na verdade, vestimos uma capa onde domina o EU. Tornamo-nos o extremo mais distante da inteligência e passamos a comportar-nos que nem bébes mimados onde apenas existe o EU, a MINHA vontade e a MINHA maneira. Entra-se num campo onde absurdamente queremos fazer valer a VONTADE que nos assombra e o ego é o deus supremo que comanda.

Fácil é moldar o outro ou mantermo-nos inalteráveis e estáticos à espera que tudo mude. Dificil é romper com os padrões de comportamento de nós mesmos.

A velha teoria de causa-efeito é nada mais que uma bola de neve constante.
Se a causa (vamos assumir que é um comportamento sobre alguém) é à partida egoísta e individualista não se pode exigir do outro um comportamento compreensivo; primeiro porque não o fomos de ínicio e segundo porque não é do direito de ninguém exigir nada ao outro.
Quero com isto dizer que a individualidade e força de carácter é na grande maioria dos casos um aniquilador de relações sociais/amorosas a longo-termo. Aliás, é sabido e notório que grande parte das pessoas com uma personalidade mais vincada têem traços assumidamente anti-sociais ou padrões psicopatas.
Naturalmente que para a pessoa em causa, a individualista, não haverá uma percepção da sua falha, pois simplesmente se foi afastando de um grupo de pessoas arranjando desculpas para consigo mesmo em relação ao fracasso. Essas desculpas passam por declarações idiotas do género de "EU sou assim"; "é como EU sou", ou "tens de me aceitar como EU sou." Qual a interpretação que se pode fazer senão a de uma pessoa fixa sobre si mesma e que aniquila as hipóteses de adaptação com o meio que a rodeia?
Pelo contrário, isto é um gerador de conflictos e mau-estar apesar de ser um dinamite em pessoa e com potencialidades e garra acima da média.
A resposta e solução está numa procura de um ponto de equilibrio. A mudança TEM de partir da PRÓPRIA pessoa, é como deixar de fumar ou fazer dieta, tem de haver uma VONTADE própria connosco para se querer assumir esse compromisso e mais ainda, tem de se ACREDITAR nesse voto de vontade.

Temos de voltar à escola para aprender tudo de novo, mas desta feita é uma reconstrução daquilo que já assimilamos anteriormente.
Quando deixarmos de críticar, deixaremos de prestar atenção ás críticas.

Belo texto, óptima análise, parabéns.

É a mais pura verdade, eu sou (infelismente) um pouco assim.

Por causa disso já tive alguns dissabores...

Mas felismente tenho amigos, mas tenho q me controlar imenso para não ESTRAGAR os momentos. às vezes é impossível segurar...

Mas tb SEI q sou uma força da natureza e sempre na primeira linha para ajudar quando é preciso. PARADOXOS...

Todos os dias APRENDEMOS A VIVER!

... Cada dia é um dia novo, esse deveria ser o mote a adoptar no despertar diário.

Seria bom vermos apenas o caminho à nossa frente e conseguirmos ignorar os erros que cometemos, as pessoas que cruzam o nosso caminho ou momentos menos bons.
Contudo, esses mesmos paradoxos e dissabores que causam dor ou aflição são de facto a VERDADE e aquilo que nos ensina a ultrapassar o que ainda está para vir.

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