« Home | Conversar em Silêncio » | Restaurante Anti-Mijo » | Merda » | Loop Genético » | Tu que rastejas... » | Sunscreen Speech » | Mão Morta » | História da Cenoura e do Burro » | Medo » | Conduta-Personalidade-Linguagem » 

7/23/2005 

Amélie, ou o Encanto de brincar comigo mesmo

Avisem-me se estiver louco:

Tenho feito um ligeiro jogo comigo mesmo: estou sentado na minha secretária e tento observar as pessoas que aparecem como se nunca as tivesse visto e tento criar um elo de ligação entre essa pessoa desconhecida e alguém que tenha conhecido no passado/presente.
Existem similiariedades gigantescas! Tenho encontrado pessoas com gestos iguais, atitudes iguais, parecem cópias fieis de outras pessoas que conheço e isto faz-me questionar sobre a veracidade do que vivemos, da realidade onde co-existimos. Parece verdadeiramente que o que vejo é fruto da minha mente e que estas "outras" pessoas são upgrades ou cópias camufladas das anteriores, como se estivesse constantemente dentro do mesmo sistema, a executar as mesmas funções mas com máscaras e artificios diferentes.
Por vezes estão a falar comigo, ou observo algumas pessoas à distância e só penso como é possível aparecerem-me estes clones sobre um disfarce recente? Só me conformo pensando que existe algo que ainda não foi ultrapassado da minha parte com essas pessoas, ainda algo falta fazer o click para depois essas pessoas deixarem de existir, serem eliminadas do sistema e passarem a haver outras novas.

Tenho uma certa resistência em relação ao conceito de re-encarnação por este mesmo motivo, custa-me a acreditar que o próximo passo seja vestir outra pele. Apenas isso? Muda o fato e a cabeça é a mesma? Foda-se, que grande desilusão... Se é para tentar chegar a um ser perfeito a todos os níveis não vejo porquê mudar apenas o fato. Aliás, é um grande fardo vivermos connosco mesmo tanto tempo, não me importava nada de haver uma lei qualquer que obrigasse as pessoas a mudarem de conduta a partir de determinada idade, é óbvio que seria impraticável por inúmeras razões éticas e morais, mas teria o seu grau de interesse sob um ponto de vista psicológico e social.

A força de um individuo reside na sua individualidade. A compreensão profunda do Outro faz com que se quebre a barreira existente entre o Eu e o Outro, mas a individualidade nunca deve ser traída.

Tenho decididamente de me mostrar mais ao mundo.