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7/23/2005 

Não-Explicável

Ontem após uma conversa sobre o mundo volátil do dinheiro e um breve sono... Tudo ficou silencioso, distante, diferente. O termo correcto é: unease. Parece que com um estalar de dedos duas pessoas se alteraram e decidiram fazer um pequeno jogo.

Quando se alimenta um sentimento de distância a distância cresce entre nós e os outros... O mesmo com o silêncio e a comunicação em geral.
Sinto-me estranhamente familiar quando me fazem isto - era comum no passado e simplesmente ignorava - mas entristece-me que aconteça juntamente com a pessoa que amo pois fico inquieto e com uma pedra na garganta que precisa ser vomitada imediatamente.
A pedra não foi vomitada e por isso estou aqui hoje a escrever, a ver se consigo vomitá-la de uma vez por todas.

A distância física não me incomoda se tudo estiver claro num plano mental. Na realidade, adoro sentir essa calma, silêncio e segurança, mas acontece com muito pouca frequência.. Ou eu estou pouco atento a esses momentos maravilhosos de sintonia não-verbal.

Interpreto o que aconteceu ontem como uma necessidade não-consciente do ego/persona se elevar, como se a determinada altura fosse impossível conter todos os sentimentos puramente narcísistas e tivesse de descarregar em algo/alguém. Na verdade, é um espéctaculo concebido e criado apenas para nós mesmos.

Admito: sou masoquista e por vezes sei que conseguia ultrapassar determinada situação mas fico à espera que a outra pessoa dê o primeiro passo pois sei que tem mais qualidades para o fazer do que eu mesmo - mentira, claro! Admito que crio essa expectativa e com a expectativa vem a frustração inerente. É uma auto-foda, e assumo as responsabilidades.

Não consigo, nem quero, criar neuroses em volta de algo que desejo de forma não-convicta preservar.
I will not let myself get into that state again...