Tu que rastejas...
...Morde-me. Sai detrás dessa pedra, mistura-te com o chão que te prende e aquece o sangue e vem até mim.
Morde-me na pele morena e quente.
Concede-me a faculdade não humana de existir sem questionar.
Morde-me com força e apaga de vez a doença da racionalidade, desejo, causa e memória.
Tu que rastejas, cospe-me nos olhos e ensina-me a andar sem ver. Diz-me como é respirar o agora e habitar no logo-se-vê.
Que da tua boca para o meu braço e da minha boca para a tua cantemos em alegre sinfonia o desespero da doença.
Morde-me na perna para que possa ver o mundo com outros olhos, tu que rastejas e serpenteias mostra-me como é ser eficaz e detentor de um poder puramente instintivo, biológico e ao qual não se pode escapar.
Tu que rastejas, aperta-me ao ponto de asfixia para que saiba como é ser fatal, sedutor e impiedosamente cruel.
Tu que danças nas ervas misteriosamente escondida, partilha comigo como é ser fruto de séculos sem cura, terras sem dono, caminhos sem trilho.
Morde-me e prova o sangue contaminado por gerações de erros, em células tragicamente repetidas, sente como é ser grande, não conhecer limites e não obstante não usufruir desse conhecimento ilimitado.
Rastejar dá-te a possibilidade de sonhar alto e contornar os obstáculos ao invés de saltar, nós do alto vemos a pedra e continuamos a atirá-la para o charco pensando que temos força e que assim a deixamos de ter à nossa frente...
Troca a pele e poupa o teu veneno... Tu que rastejas... És nobre e vil.
Morde-me na pele morena e quente.
Concede-me a faculdade não humana de existir sem questionar.
Morde-me com força e apaga de vez a doença da racionalidade, desejo, causa e memória.
Tu que rastejas, cospe-me nos olhos e ensina-me a andar sem ver. Diz-me como é respirar o agora e habitar no logo-se-vê.
Que da tua boca para o meu braço e da minha boca para a tua cantemos em alegre sinfonia o desespero da doença.
Morde-me na perna para que possa ver o mundo com outros olhos, tu que rastejas e serpenteias mostra-me como é ser eficaz e detentor de um poder puramente instintivo, biológico e ao qual não se pode escapar.
Tu que rastejas, aperta-me ao ponto de asfixia para que saiba como é ser fatal, sedutor e impiedosamente cruel.
Tu que danças nas ervas misteriosamente escondida, partilha comigo como é ser fruto de séculos sem cura, terras sem dono, caminhos sem trilho.
Morde-me e prova o sangue contaminado por gerações de erros, em células tragicamente repetidas, sente como é ser grande, não conhecer limites e não obstante não usufruir desse conhecimento ilimitado.
Rastejar dá-te a possibilidade de sonhar alto e contornar os obstáculos ao invés de saltar, nós do alto vemos a pedra e continuamos a atirá-la para o charco pensando que temos força e que assim a deixamos de ter à nossa frente...
Troca a pele e poupa o teu veneno... Tu que rastejas... És nobre e vil.
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