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2/22/2006 

Idades

Ontem estava na Fnac a ler um livro do Tim Burton com uma série de entrevistas ao realizador (daqueles Burton on Burton, Cronenberg on Cronenberg, etc.) e às tantas o gajo diz algo que faz perfect sense: que não existe diferença entre ser criança e ser adulto, isto é, que não deveriamos ter noções de adulto ou criança porque em ambos os estados estamos sempre a caminho do outro e que portanto é idiota e mediocre falar ou tratar as pessoas de forma diferente obstante da sua idade.
Não sei se já escrevi algo sobre este assunto mas é algo com o qual concordo a 100% não fosse eu um receptor da constante parábola "pensei que fosses mais velho".
De facto, porquê tratar os mais velhos que nem retardados e as crianças como imbecis? Porquê assumir que a juventude é mais inteligente quando na realidade é o estado mais "derivante" e desidentificativo-identificativo de todas as transmutações temporais que o bicho homem sofre?
É estúpido. É completamente estúpido tratarmo-nos por tu e você, e haver diferenciações mediante a idade e a classe social.
Somos todos areia do mesmo saco.
Chamamos idade aos pés em falso que metemos na lama, aos erros. E cada um escolhe a idade em que quer viver e na qual se quer enquadrar e ser tratado.

"We do not grow absolutely, chronologically. We grow sometimes in one dimension, and not in another; unevenly. We grow partially. We are relative. We are mature in one realm, childish in another. The past, present, and future mingle and pull us backward, forward, or fix us in the present. We are made up of layers, cells, constellations."
- Anais Nin