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1/02/2006 

The Circus is Coming to Town

Para 2006 proponho a mim mesmo um ano de revelações.
Quero expor o que tenho vindo a fazer e mostrar o que está para ser feito. Muitos coelhos na cartola e cartas na manga...
2006 vai ser o ano em que vou entrar no campo do social a valer! Vou aceitá-lo de uma forma não-participativa e assídua mas não obstante interveniente ao meu próprio modo. A grande proposta é quebrar com o preconceito do "como fazer" e simplesmente fazê-lo. Isto é, deixar-me de complexificações racionais e lógicas e cruamente fazer o que tenho a fazer e deixar as criações escorrerem através dos dedos, mãos - corpo inteiro - e suportes necessários. O importante é entrar no real e fazer com que as coisas aconteçam e ganhem vida própria.
Vou aceitar o simples e básico. Vou entender que no comum e banal habitam lições enormes que me fazem penetrar no social de forma mais fácil do que ficar indefinidamente a tecer uma teia que não sei onde vai acabar. Vou ser rápido e instintivo. Estrangular os dramas mal me aparecerem à frente e deixar as chatices para quem tiver pachorra de lhes fazer baby-sitting.
Deixarei de pensar antes de fazer algo e passarei a analisar apenas depois de já o ter feito. Tudo de forma ritualista e com um respeito humilde pelo ancestral. Não vão haver erros pois tudo está encaminhado para a direcção que pretendo seguir: uma homenagem honrada ao meu passado, origens, ao que está enterrado na memória e no incosciente colectivo. Os mistérios, medos, mitos, arquétipos, simbolos de grande proder precisam de ser re-interpretados e gozados frontalmente. É preciso chocar e criar uma reacção! Pretendo ressuscitar o movimento surrealista e meter-lhe uma nova máscara: a do agora. É preciso abanar as pessoas e fazê-las explodir o que têm dentro de si. Rasgar com as capas velhas e despir a mente de velhos padrões e medos. Fazer do dia-a-dia um teatro. Um teatro VIVO em que cada um é uma personagem ininterrupta e REAL. Não agora, mas para sempre. A inspiração tem de ser colectiva e para isso é preciso ser absurdo e dizer às pessoas algo que as incentive. Não precisa de ser verdade, não há necessidade de dramas, negativismos e "realismos", há que fazer do discurso um rito em que se semeia esperança no próximo. A linguagem verbal é por si só o principio de uma criação e o primeiro desejo concretizado.
É preciso criar uma nova ideologia na raça humana. É preciso haver fé e crença. É preciso dar algo às pessoas em que acreditar. Esse algo pode ser nada, podem ser elas mesmas e o que sabem fazer de melhor. É preciso INSPIRAR. É necessário urgentemente INSPIRAR e incentivar as pessoas a deixarem fluir a sua imaginação, criatividade e loucura. Deixar escapar os seus dons e talentos cá para fora; aquilo que cada um gosta e tem de mais querido. Pegar nessas coisas e dar-lhes vida. Atirá-las para o ar, para algum lado! A arte é a ARMA perfeita para gerar uma contra-resposta e movimento, fricção, MUDANÇA, evolução!
Em 2006 vou esgotar-me até à última gota. Vou rasgar criativamente e expor-me imensamente. Quanto mais for visto, mais tentarei trabalhar no que está escondido e no que magoa profundamente as pessoas e as faz mexer.
Quero formar parcerias com conhecidos e desconhecidos. Projectos interessantes e rápidos. Sem grandes pensamentos prévios. Happenings e cortes no real. Operações altamente arriscadas no mood passivo e relaxado. Acabar com o caralho do Sebastianismo e nostalgia nacional de uma vez por todas!